Ações que minimizem os riscos de contágio e promovam a prevenção contra novo coronavírus também têm acontecido dentro do Presídio Regional de Santa Maria (PRSM). Desde a última semana, três apenadas trabalham na confecção de máscaras de proteção facial. As mulheres já tinham feito um curso de costura na casa prisional e, nos últimos dias, passaram por um novo treinamento ministrado por uma psicóloga e outra servidora do PRSM.
_ Aqui não temos uma noção tão real da doença, pois acabamos vendo pela televisão, mas sabemos que as máscaras são importantes para proteger quem está aqui dentro e lá fora, até nossos familiares. Eu já havia trabalhado em um projeto que confeccionava lençóis e jalecos para a Casa de Saúde, agora estou nas máscaras - conta Jaqueline Pinto dos Santos, 40 anos, recolhida há três.
Os equipamentos são distribuídos para agentes da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) de vários municípios da região. As detentas cumprem pena em regime fechado e foram selecionadas por bom comportamento. A cada três dias trabalhados, reduzem um dia de pena.
A iniciativa é do próprio PRSM e conta com recursos da Vara de Execuções Criminais de Santa Maria para parte dos materiais. As máscaras descartáveis têm duas camadas, são feitas com um tecido filtrante, clip nasal, elásticos e linha.
_ É um momento de dificuldade para todo mundo. As presas estavam ociosas e surgiu a necessidade das máscaras, que vão servir para proteger da doença. No começo (da pandemia) havia falta de material, mas depois que elas começaram a fazer, aqui na região já não há mais servidor sem o equipamento - diz o delegado penitenciário regional, Anderson Prochnow.
Das 56 apenadas do PRSM, 24 do regime semiaberto estão em prisão domiciliar como medida de isolamento contra o coronavírus. Outras 32 seguem na unidade prisional.